RONALDO FENÔMENO E JOANA HAVELANGE ENTREGANDO A RAPADURA.

Quem lê pouco, invariavelmente, opta por ler aquilo que todos lêem.  Fica mais fácil enveredar no mesmo barco de opiniões, e todos comentam e falam da mesma coisa o tempo todo.

A mídia sabe disso.

Daí, seguir sempre os mesmos clichês: insinuativo, repetitivo, incisivo sobre pessoas e partidos que ela não aceita.

Agora, às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, ela divulga o evento na claridade do dia e prega reações com manifestações nas caladas da noite, como intento de atingir seu adversário e o de seus amigos de grupos políticos, que fazem oposição ao governo. É por isso que, nas reportagens, se fala de futebol e de manifestações. E equipes são deslocadas para cobrir os protestos, agora elevados à categoria de mega evento.

Na esteira desse comportamento, as câmeras e microfones televisivos fizeram zoom sobre as declarações do Ronaldo Fenômeno e  Joana Havelange, ambos criticando o governo sobre os atrasos das obras para o evento da Copa.

Ronaldo Fenômeno, enquanto ia na contra-mão da política da mídia, foi massacrado quando falou que não se fazia Copa com hospitais. Como membro do Comitê Organizador Local – COL, Ronaldo podia até ter razão, quando seus olhos focavam apenas e tão somente o evento Copa do Mundo. Agora, não. Suas palavras alcançaram aquilo que a mídia gostaria que fosse dito, E foi dito. Ronaldo está envergonhado. Esse “envergonhado” foi o lide que o grupo das cinco famílias ´midiáticas, em seus jornais, repercutiu Brasil a fora, lascando o governo.

Já a senhora Joana Havelange, falou de outra atividade que a mídia acentua com grande facilidade, quando o operador é seu adversário:roubo.

Para o desatento leitor de um único informativo, aquele que lê pouco, foram duas declarações bombásticas, que liquidam a credibilidade do governo.

Numa leitura mais atenta, eles entregaram a rapadura, como se diz aqui no Ceará.

Leia mais, no comentário de Bob Fernandes, que aqui transcrevemos para os amigos do Blog Martins Andrade e Você.

Martins Andrade. 

 

O COMENTÁRIO DE BOB FERNANDES

A poucos dias da Copa, talvez num ato falho, Joana Havelange e Ronaldo entregaram o ouro. E se entregaram.

Ronaldo é membro do Comitê Organizador Local da Copa, o COL. É, portanto, parceirão da FIFA e da CBF.

Ronaldo disse: “O povo está traumatizado com os corruptos”.

Joana Havelange, diretora do mesmo COL, foi além. Compartilhou no Instagram a frase “o que tinha para ser roubado, já foi”.

Joana é filha de Ricardo Teixeira e neta de João Havelange.

Ronaldo é membro do COL, tem Neymar como cliente da sua agência e é comentarista na Tv Globo. Nessa função, comenta as atuações do seu cliente, Neymar.

Ronaldo não enxerga conflito ético nas suas múltiplas funções simultâneas.

Um dia, em 2009, ele disse: Ricardo Teixeira tem “duplo caráter”.

Ronaldo, agora, fala em “superfaturamento”. Isso três anos depois de dizer “não se faz Copa com hospital” …enquanto apertava as mãos do “duplo caráter”.

Um ano e meio depois da inauguração de estádios ele “descobre” superfaturamento. Um raio nos gramados, o craque parece lento fora de campo.

Vai se tornando histórica a dificuldade de Ronaldo para perceber certas diferenças.

Já Joana Havelange parece desconhecer o seu mundo.

Ela não sabe por que o avô renunciou à presidência de honra da Fifa e à vaga no Comitê Olímpico Internacional?

Joana não sabe por que o pai, Ricardo Teixeira, teve que largar a CBF? E por que se “exilou” nos Estados Unidos, em um lugarejo que, a propósito, se chama Boca Raton?

Joana não sabe que ambos, pai e avô, se viram obrigados a largar o osso depois de acusados de corrupção?

Numa sociedade de impunidade para quem tudo pode e têm, os erros, os desvios éticos costumam ser atribuídos aos “outros”.

Esse é um dos motivos para tanta hipocrisia e falta de simancol.

O problema é quando, sob pressão, o inconsciente entrega o ouro.

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